O primeiro deles foi a técnica de conversa entre pais e filhos que não foi considerada adequada para se obter informações relacionadas a possíveis abusos. O segundo foi o recebimento de informações de forma indireta, o terceiro a divulgação em redes sociais, e ainda a divulgação na mídia. Outro fator apontado foi a conversa entre pares, que no caso é a conversa entre as próprias crianças, que também levou ao registro das ocorrências.
Entre as técnicas usadas para se chegar à conclusão do caso foram usadas a análise do celular do suspeito, depoimentos de 41 pessoas entre possíveis vítimas, seus representantes e testemunhas, avaliação psicológica de pais e filhos, levantamento da vida pregressa do suspeito, análise de mais de 30 horas de câmeras, análise de áudios de crianças encaminhados por seus pais e exames de corpo de delito das crianças que eram alvo da denúncia.
“Concluímos hoje pelo não indiciamento do suspeito Hudson Nunes de Freitas considerando a ausência de elementos de autoria bem como prova da materialidade”, disse a delegada Elenice Cristine. A delegada responsável direta pelo caso, Thaís Degani, complementou que “a vítima inicial, bem como as demais, não sofreram abuso sexual pelo investigado e nem por qualquer outro professor ou integrante da escola”, disse.
A reação de Hudson
Assim que soube do resultado da investigação, Hudson disse a seus advogados que está aliviado e pretende retomar sua vida. “Ele ficou em êxtase, está muito satisfeito. Mas a vida dele nessas duas semanas não foi fácil”, segundo o advogado Marciano Andrade.
Já o advogado Fabiano Lopes, pontuou qual será o caminho da defesa do jovem de agora em diante. Ele garante que vai buscar reparação dos danos sofridos por Hudson.
“A imagem do Hudson ficou prejudicada para o resto da vida. Nós entendemos que houve dolo de algumas pessoas, mas precisa ser melhor analisado. Providências têm que ser tomadas porque a imagem do Hudson ficou totalmente desmoralizada perante a sociedade. Mesmo não sendo indiciado, qual pai chamaria o Hudson para cuidar de seu filho com uma acusação tão grave que ele sofreu?”, afirma Lopes.
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O advogado também avaliou que a postura da escola foi correta e por isso não pretende buscar nenhum tipo de reparação do Magnum. A escola já informou que o cargo do auxiliar de educação física está o aguardando de volta, mas FAbiano Lopes disse que pretende conversar com os responsáveis pela instituição para que, além da recontratação, o Colégio Magnum assuma o compromisso de contratar o jovem quando ele se formar.
A posição do Colégio Magnum
Na noite passada, o Colégio Magnum convidou Hudson a retornar à instituição de educação e recuperar seu emprego de estagiário de educação física, segundo a defesa do jovem, o que foi confirmado pela escola. O convite aconteceu no mesmo dia em que a Polícia Civil finalizou as investigações acerca do caso. Desde o início das apurações, Hudson negou os crimes.
Em nota, o Magnum informou que “inicialmente, decidimos pelo afastamento do colaborador supostamente envolvido, com o duplo objetivo de resguardar a integridade da família e do colaborador e de permitir que o inquérito pudesse tramitar de forma isenta. Cumprimos nosso papel perante a sociedade, as famílias, nossos educadores e as autoridades competentes. Estando a investigação concluída, permanece o compromisso já firmado com o colaborador afastado de manter sua vaga garantida tão logo ele queira e possa retomar suas atividades”, segundo texto enviado pela assessoria de imprensa.
Relembre o caso
Um mandado de busca e apreensão foi cumprido em 10 de outubro, na casa do suspeito, e um celular foi apreendido.
Também foram realizadas diligências nas dependências da escola e análise das imagens das câmeras de segurança. O caso segue em sigilo para a Justiça, em cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).