A pedido do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Siticop-MG), a Justiça do Trabalho em Paracatu (MG) concedeu liminar determinando que a mineradora canadense Kinross forneça ampla gama de documentos e informações sobre a segurança na barragem de Eustáquio, que apresenta suspeita de trincas e fissuras.
Medo. Traumatizados após as tragédias em Mariana e Brumadinho, os empregados representados querem que a empresa comprove as ações que estão sendo executadas para garantir sua segurança, segundo o advogado Maximiliano Garcez.
Precioso. A Kinross é uma das maiores produtoras de ouro do Brasil, responsável por 22% da extração nacional e pelo mesmo porcentual dos postos de trabalho formais do município de Paracatu, com cerca de 1.800 empregados diretos e quase 3 mil terceirizados. A barragem Eustáquio está em operação desde 2010 e tem 750 milhões de metros cúbicos de capacidade, sendo que 19% do total são utilizados.
Melhor prevenir… A juíza Claudia Eunice Rodrigues diz na decisão que em patrulhamento próximo à estrada de Machadinho, a Polícia Militar Ambiental constatou a presença de fissuras e trincas na estrutura. Segundo a magistrada, os responsáveis pela mineradora afirmaram que as avarias podem ter sido causadas pelas chuvas recentes.
Decisão. “Ademais, se eventualmente houver riscos aos trabalhadores, as medidas devem ser preventivas e urgentes, mormente em face da natureza das atividades desempenhadas pela Requerida e também dos traumas já sofridos pela sociedade obreira em virtude de tragédias recentemente ocorridas no mesmo ramo”, escreve a magistrada.
O que diz a empresa. A Kinross informou não ter sido notificada até o fim de terça-feira, 10, sobre a demanda em questão, mas disse que está disposta a colaborar com o envio das documentações necessárias que atestam a estabilidade e segurança de suas barragens, assim como procede com demais órgãos, como Agência Nacional de Mineração (ANM), Ministério Público, Defesa Civil, FEAM, entre outros. Segundo a empresa, a barragem encontra-se estabilizada e sem qualquer comprometimento de sua estrutura.
Fonte: Estadão