Recentemente, um vídeo que circulou nas redes sociais de Paracatu e região viralizou, gerando uma grande polêmica sobre a destinação de resíduos asfálticos. No vídeo, uma pessoa que se denominava engenheira do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG), acompanhada de força policial, é vista removendo material denominado fresa asfáltica de uma entrada da estrada vicinal que dá acesso à região rural de Soares, no município de Paracatu. A engenheira alegava que o material havia sido colocado ali de forma ilegal e sem a devida autorização do órgão competente ( veja o vídeo abaixo).

Vídeo viralizado na rede social de Paracatu e região!

 

Diante da repercussão, a equipe do Verdades News decidiu investigar a origem e o destino final desse material. A fresa é resultante do fresamento da manta asfáltica durante as obras de recapeamento no trecho da rodovia LMG-188, que liga Paracatu à cidade de Guarda-Mor. Após ser removido, o material é amontoado às margens da rodovia, onde aguarda definição sobre sua destinação final.

A legislação vigente determina que a fresa retirada de obras públicas deve ser destinada exclusivamente a municípios e associações para utilização em projetos de interesse público, como a melhoria de estradas vicinais e outros fins comunitários. No entanto, surgiram denúncias de que esse material estaria sendo utilizado por propriedades privadas, levantando questões sobre possíveis irregularidades e favorecimentos.

Além das ações filmadas no vídeo viral, nossa investigação descobriu que diversas propriedades ao longo do trecho da LMG-188 estão em posse de fresa. Em algumas dessas propriedades, o material já foi espalhado e nivelado em pátios e estradas internas, indicando um uso privado do recurso público.

Para esclarecer essas questões, solicitamos informações ao DEER/MG sobre a regulamentação e as diretrizes específicas para a doação ou venda da fresa. Aguardamos uma resposta oficial para entender se há conhecimento e autorização para que esse material seja utilizado por proprietários privados, e se as medidas de fiscalização são aplicadas de maneira equitativa.

O uso de força policial para remover a fresa da entrada da estrada vicinal na região de Soares levantou críticas sobre a seletividade da ação. Moradores questionam se o mesmo rigor será aplicado a outras propriedades que estão utilizando o material de maneira similar.

A situação destaca a necessidade de maior transparência e fiscalização na destinação dos resíduos provenientes de obras públicas.

Questões Enviadas via e-mail ao DER/MG

Para esclarecer a situação, encaminhamos os seguintes questionamentos ao DER/MG:

Recentemente, um vídeo viralizou nas redes sociais da região, mostrando a Engenheira Tiara utilizando a força policial para remover esse material da entrada de uma estrada vicinal que atende moradores rurais do município. Com base nisso, gostaria de solicitar as seguintes informações:

– Diretrizes e Regulamentações:

Existe alguma diretriz, portaria ou lei que rege que este tipo de material retirado da rodovia só pode ser doado a municípios e associações?

– Uso em Propriedades Particulares:

Observamos que várias propriedades ao longo do trecho da LMG-188, entre Paracatu e Guarda Mor, estão em posse e utilizando este material (tresa) dentro de suas propriedades. Uma dessas propriedades, inclusive, possui um pátio de médio a grande porte onde o material já está espalhado e nivelado.

Outra propriedade também possui grande quantidade desse material, que provavelmente será usado em seu interior.

É de conhecimento deste órgão a doação ou venda deste material aos proprietários dessas empresas?

– Distribuição do Material:

Além das duas grandes propriedades mencionadas, existem outras pequenas e médias propriedades que também estão de posse desse material e o utilizam para pavimentar suas estradas internas.

Após a retirada do material com uso de força policial (solicitada pela Engenheira Tiara), gostaria de saber se o mesmo procedimento será aplicado para retirar o material das propriedades citadas acima ou se essa ação foi exclusiva para os moradores da região conhecida como Soares?

– Venda do Material:

Ainda dentro de outra propriedade, existe uma grande quantidade desse material que, segundo os empregados que o estavam espalhando em volta de uma balança, foi comprado pelo proprietário.

É prática comum a venda desse material para terceiros para uso particular?

Estas informações são fundamentais para a elaboração de nossa matéria, que busca esclarecer a situação e informar a população da região sobre a correta utilização e destinação do material de refugo de obras públicas.

Agradeço antecipadamente pela atenção e aguardo um retorno o mais breve possível.

Atenciosamente,

Após alguns dias obtivemos a seguinte resposta:

“ Verdades News

A direção do DER-MG autorizou que o material de fresa asfáltica, resultante da obra de recuperação funcional da LMG-188, entre Paracatu e Guarda Mor, fosse retirado e utilizado pela Prefeitura de Paracatu.

Atenciosamente,

Ana Melo “

Em resposta às questões levantadas sobre a destinação do material asfáltico conhecido como fresa, proveniente das obras de recapeamento na rodovia LMG-188, a equipe do Verdades News procurou o Secretário de Transportes da Prefeitura Municipal de Paracatu, que gentilmente nos recebeu e concedeu a entrevista a seguir, esclarecendo os fatos.

Nos últimos dias, a equipe do Verdades News percorreu um extenso trecho da rodovia LMG-188, que liga Paracatu a Guarda-Mor, para investigar as denúncias sobre o uso irregular de fresa asfáltica proveniente das obras de recapeamento. Durante nossa apuração, constatamos in loco que várias propriedades particulares ao longo da rodovia estão utilizando esse material, conforme evidenciado nos vídeos abaixo.

Tentamos contato com o gerente da fazenda Santos Reis sem êxito.

Balança de pesagem dentro da fazenda localizada na entrada da região do Curralinho, as margens da Lmg 188. Tentamos localizar e conversar com o proprietário sem êxito

Outra propriedade utilizando o material retirado da Lmg 188. Propriedade após a vila buriti, sentido a Guarda Mor.

O proprietário dos barracões via telefone explicou que foram depositados muito material na entrada de sua propriedade, atrapalhando a entrada e saída de ônibus, caminhões, carretas no pátio da empresa e após varias tentativas para que fosse retirado o material ele por conta própria decidiu espalhou o material nas margens da rodovia e no interior do seu pátio.

Constatações da Investigação

Enquanto percorremos a rodovia, observamos que a fresa asfáltica, resultante do fresamento da manta asfáltica, foi amplamente empregada em diversas propriedades particulares. Em muitos locais, o material foi espalhado e nivelado para melhorar pátios, estradas internas e outras áreas privadas, levantando sérias questões sobre a legalidade dessa prática.

Evidências em Vídeos

Nos vídeos que registramos, é possível ver claramente o uso da fresa asfáltica em diferentes propriedades. As imagens mostram pátios nivelados, estradas internas melhoradas e grandes montes de fresa armazenados para uso futuro. Estas evidências confirmam que o material está sendo utilizado fora das diretrizes estabelecidas para sua destinação.

Contexto e Repercussões

A legislação vigente determina que a fresa retirada de obras públicas deve ser destinada exclusivamente a municípios e associações para projetos de interesse público. O uso privado desse material, sem a devida autorização, configura uma irregularidade que necessita de atenção e medidas corretivas por parte das autoridades competentes.

Respostas das Autoridades

Após nossas constatações, entramos em contato com a Coordenadora do DER, Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) em Paracatu que extra oficialmente nos relatou desconhecer estar ocorrendo tais desvios desse material e a Secretaria de Transportes de Paracatu também nos disse que tomou conhecimento do fato através de nossa reportagem.. Ambos os órgãos informaram que tomarão medidas para investigar e corrigir essas irregularidades.

A Secretaria de Transportes de Paracatu ressaltou que a utilização indevida da fresa é ilegal e que ações rigorosas serão tomadas contra aqueles que estiverem em posse do material sem autorização. O uso de força policial, como visto no vídeo viral da engenheira removendo fresa de uma estrada vicinal na região de Soares, pode ser uma medida aplicada em outros casos semelhantes.

Conclusão

A investigação do Verdades News revelou uma prática preocupante de uso privado de recursos públicos ao longo da LMG-188. A equipe continuará monitorando a situação e trazendo atualizações para garantir que a legalidade e a justiça sejam mantidas.

A população é encorajada a reportar qualquer irregularidade observada e a confiar que as autoridades competentes estão trabalhando para resolver essas questões e garantir que o material seja utilizado conforme as diretrizes estabelecidas.

Ricardo Luiz Soares
Jornalista DRT 021735/MG

Após o fechamento dessa matéria nova denuncia de que uma pequena propriedade próxima e após o Rio Santa Isabel, sentido a Guarda Mor, ao lado da usina de asfalto estaria colocando material ( fresa ) em toda sua estrada interna.
Nessa ultima terça feria fomos no local e constatamos a veracidade da denuncia.
Veja vídeo abaixo.

Os desvios continuam a todo vapor, sobre a vista e a inercia das autoridades competentes.

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