A mostra, que traz oratórios do período colonial, revela a sinergia entre o barroco e o devocionário dos negros. A exposição será inaugurada no dia 18 de julho, na Casa de Cultura de Paracatu.

A forte espiritualidade africana atravessou o Atlântico com os negros traficados e escalou as montanhas de Minas Gerais. O legado foi a construção de um sincretismo religioso que, desde o período colonial, se faz presente em objetos de fé que fundem evocações e crenças, incorporando a alma africana. A exposição “Objetos de Fé Afro-Brasileiros”, do Museu do Oratório, com curadoria de Angela Gutierrez, presidente do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, apresenta oratórios em diversos formatos e materiais, traduzindo essa sinergia construída pelo encontro de culturas dos povos formadores do Brasil.

A mostra integra o 2º Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu – e será aberta no dia 18 de julho, quinta-feira, na Casa de Cultura de Paracatu, localizada na rua do Ávila, S/N, Centro/Paracatu. A entrada é gratuita e a exposição estará disponível até o dia 2 de setembro de 2024. A exposição conta com o patrocínio da Kinross via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), parceria com a Prefeitura de Paracatu e apoio da Fundação Municipal Casa de Cultura de Paracatu. Os mantenedores do Museu do Oratório são o Instituto Cultural Flávio Gutierrez e o Instituto Cultural Vale.

Para inaugurar a exposição, será realizado um “Sempre Um Papo” com Angela Gutierrez, no dia 18 de julho, às 18h30. O evento será mediado por Afonso Borges, presidente do Fliparacatu e do Sempre Um Papo. A entrada é gratuita para o bate-papo, mediante retirada de ingresso na plataforma Sympla.

A exposição “Objetos de Fé Afro-Brasileiros” traz peças onipresentes no espaço colonial, nas casas, algibeiras, minas e senzalas, fundindo fé e cultura. “Os oratórios de fatura afro-brasileira em exposição nesta mostra estão em seu estado original, tal como foram encontrados nas mais variadas situações. São instalações de diversos materiais que integram a fé e a arte, numa miscigenação do barroco com a alma africana”, afirma a curadora Angela Gutierrez. Ela completa que esses objetos religiosos, construídos no início da formação da sociedade brasileira, são capazes de proporcionar uma reflexão sobre como as adversidades da história uniram povos e como a africanidade é parte indissociável da cultura brasileira. Produzidos nos mais diversos materiais e técnicas, os oratórios são originários de Minas Gerais e do Nordeste do Brasil, com tamanhos variando de 5 centímetros a quase 2,5 metros de altura.

A exposição contará com monitores para conduzir visitas guiadas educativas pela mostra todos os dias, das 9h às 13h nas segundas e quartas-feiras, das 13h às 17h nas terças, quintas e sextas-feiras, e das 11h às 15h nos fins de semana.

As peças compõem o acervo permanente do Museu do Oratório, localizado em Ouro Preto – MG. Inaugurado em outubro de 1998, o museu apresenta uma coleção única no mundo de 162 oratórios e 300 imagens dos séculos XVII ao XX. As peças foram doadas ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) por Angela Gutierrez e são genuinamente brasileiras, principalmente de Minas Gerais. O acervo oferece detalhes valiosos da arquitetura, pintura, vestuário e costumes da época em que foram produzidos, permitindo uma verdadeira viagem antropológica pela história do Brasil.

O Museu do Oratório está instalado em um casarão histórico de três andares, onde morou Aleijadinho (1738-1814), escultor barroco. Situado no adro da Igreja do Carmo, o prédio setecentista foi especialmente recuperado e equipado com modernos recursos tecnológicos para receber a coleção. O projeto museográfico é do francês Pierre Catel, que idealizou um cenário expressivo e acolhedor. O Museu do Oratório recebe anualmente mais de 50 mil visitantes.

Angela Gutierrez – Foto Eugênio Sávio

Angela Gutierrez é graduada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, com especialização em Marketing. É pesquisadora do Barroco brasileiro e colecionadora de arte sacra. Fundou em 1998 o Instituto Cultural Flávio Gutierrez (ICFG), sendo responsável pela criação e implantação do Museu do Oratório, em Ouro Preto (MG), do Museu de Sant’Ana, em Tiradentes (MG), e do Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte (MG). Foi Secretária de Cultura do Estado de Minas Gerais, Membro do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e faz parte, desde os anos 2000, do Conselho Curador da Fundação Dom Cabral. Esteve à frente da coordenação editorial de livros e outras publicações sobre a Arte Brasileira e Patrimônio Cultural.

**Sobre o Fliparacatu**
O tema do 2º Fliparacatu é “Amor, Literatura e Diversidade”, e acontece entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro. Todas as atividades são gratuitas. A segunda edição do Festival Literário Internacional de Paracatu é patrocinada pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e conta com o apoio da Prefeitura de Paracatu, da Academia Paracatuense de Letras e Fundação Casa de Cultura.

**Serviço:**
**2º Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu** apresenta exposição “Objetos de Fé Afro-Brasileiros” – de 18/7 a 2/9

**Sempre Um Papo com Angela Gutierrez**
– Dia 18 de julho, quinta-feira, 18h30, na Casa de Cultura de Paracatu – rua do Ávila, S/N, Centro/Paracatu
– Entrada Gratuita

**2º Fliparacatu**
– De 28 de agosto a 1º de setembro, quarta-feira a domingo
– Local: programação presencial no Centro Histórico de Paracatu e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @fliparacatu
– Entrada gratuita

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