Imagem meramente ilustrtativa

Em meio ao isolamento social, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil contabilizou 1.350 casos de feminicídio em 2020 – um a cada seis horas e meia. O número é 0,7% maior comparado ao total de 2019. Ao mesmo tempo, o registro em delegacias de outros crimes contra a mulher caiu no período, embora haja sinais de que a violência doméstica, na verdade, pode ter aumentado.
Na nossa cidade a violência doméstica é grande, e é um crime complicado de ser apurado, uma vez que raramente as vítimas procuram a polícia.
As vítimas quase sempre ficam acuadas perante as agressões, e aos desmandos de seus parceiros, o que leva a não procurar ajuda e denunciar a violência sofrida.
As agressões acontecem em suas residências de forma velada, e na maioria dos casos envolvem fatores como dependência financeira e ameaças feitas pelo autor.

Nossa matéria terá como pano de fundo, histórias de duas mulheres Paracatuenses, vítimas de violência doméstica.
Vale frisar que, as vítimas narraram perante a polícia, que um caso envolve estupro consumado, e outro estupro de vulnerável (conforme Código Penal artigo 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos é considerado estupro).

PRIMEIRO CASO ENVOLVE UM PRESBÍTERO DE UMA RENOMADA IGREJA EVANGELICA DE NOSSA CIDADE.
Há algumas semanas tomamos conhecimento da história de um presbítero que, perante a sociedade, seria exemplo de pessoa, pai exemplar, esposo amoroso e dedicado, mas que ao adentrar em seu lar se transformava em um “lobo”.
Conforme relato de sua ex esposa, a qual está em processo de separação, foi registrado em boletim de ocorrência, que após anos de humilhações, constrangimentos, e vários atos que podem ser considerados como estupro, uma vez que o autor, forçou relações sexuais, sem seu consentimento, além de várias ameaças de morte que consistia em dizer a vítima que, caso ela se separasse dele, o autor iria atear fogo na casa com ela e o filho dentro, pois preferia ser conhecido como viúvo que separado, pois na bíblia diz que o casamento é pra vida toda. Vale frisar que o autor em questão também proibia a vítima de estudar e de trabalhar fora.
Obtivemos acesso ao boletim de ocorrência, e conforme relatado, em certa data, o autor a agrediu fisicamente com um murro, e era normal o mesmo diminui-la com xingamentos, palavras para abalar sua autoestima e até deixava de por alimentos dentro de casa nos períodos de briga do casal.
Por motivos do processo envolver um menor e correr em segredo de justiça, resguardamos os nomes da vítima e autor.
Segue abaixo entrevista com a vítima, concedida após conversa com sua advogada, resguardando sua identidade de todos os envolvidos.

…………..áudio da esposa (vítima)  do Presbítero…………..
Entramos em contato com advogado do autor, interessados em ouvir sua versão, somente no dia seguinte ele (advogado) nos retornou, dizendo que, tinha informado seu cliente sobre nosso interesse em entrevista-lo, o autor disse que pensaria e caso resolvesse dar sua versão dos fatos, faria contato, o que não aconteceu até o fechamento dessa matéria.

 

COMEP (CONSELHO DE MINISTROS EVANGELICOS DE PARACATU)

Tomamos ciência de que o autor fazia parte do COMEP (Conselho de Ministros Evangélicos de Paracatu), entramos em contato com o presidente desse conselho que, de início demonstrou interesse em nos receber e gravar entrevista, mas, em seguida recuou, e pediu que fosse enviado, perguntas por escrito, que assim seria respondido. Foi encaminhado um e-mail para o conselho (COMEP) na data de 11/11/2021, e dias depois, o mesmo respondeu algumas das perguntas enviadas. Abaixo, estão perguntas feitas ao presidente do COMEP e as respostas dadas:

1) Nome completo do presidente e vice-presidente do conselho e demais membros da diretoria e suas respectivas funções:
Por motivo de ética não postaremos a resposta dessa pergunta, pois expõe nomes de pessoas que não tem nenhum vínculo com o fato em questão.

2) Quais as funções do Conselho perante da sociedade?
Resposta:
“ As funções do COMEP perante a sociedade são:
1) promoção da palavra de Deus, visando à edificação do Corpo de Cristo e a expansão do reino de Deus;
2) desenvolver maior comunhão entre seus membros;
3) realizar anualmente a marcha para Jesus;
4) representar todos os seus membros junto às diferentes instituições, órgãos governamentais e meios de comunicação;
5) fomentar a comunhão entre as igrejas;
6) oferecer apoio, suporte e treinamento aos seus membros, visando uma melhor qualificação e desempenho nas suas atribuições ministeriais;
7) trabalhar para conservar acesa a chama unificadora do amor fraternal
8) promover ou apoiar campanhas educativas e preventivas;
9) fomentar encontros, cultos, retiros, simpósios, conferências e seminários;
10) desenvolver ação social ou projeto social para a criança, o adolescente, o jovem, o adulto e o idoso”.

3) Qual o posicionamento do Conselho perante a violência doméstica em Paracatu?
Resposta:
“ O Conselho de Pastores não adota postura ativa na investigação ou repressão dos crimes de violência doméstica em Paracatu, considerando que, conforme resposta anterior, não detém legitimidade para apuração de crimes praticados no âmbito doméstico. Todavia, o Conselho posiciona-se contrário a qualquer espécie de crime, seja ele decorrente ou não de violência doméstica, e orienta todos os seus membros a manter conduta ilibada e de acordo com os preceitos cristãos perante sua própria família e a sociedade paracatuense”.

4) Quais são as providências tomadas pelo conselho, quando toma conhecimento que um membro da diretoria está envolvido no crime de violência doméstica?
Resposta:
“Quando o Conselho de Pastores de Paracatu toma conhecimento formal de que um de seus membros está envolvido em crime de violência doméstica, ele encaminha toda a documentação recebida ao Conselho de Ética para a devida apuração, o que é realizado nos termos do artigo 17, inciso II, do Estatuto Social do COMEP. Além do mais, havendo indícios suficientes da prática do crime (considerando que, em não havendo indícios, poderá o denunciante incorrer no crime de denunciação caluniosa), tal fato é reportado à autoridade policial competente para sua devida apuração”.

5) O Conselho é subordinado a um outro conselho superior a ele, a nível estadual ou federal?
Resposta:
“ Não. Conforme prevê o artigo 3º de seu estatuto, o COMEP é soberano em suas decisões”.

Em outro questionamento, o presidente nos respondeu que teria enviado a nossa pergunta ao departamento jurídico do conselho e também ao Conselho de ética, e que eles responderiam, mas conforme foi relatado pelo próprio presidente, o Conselho entrou em recesso no dia 13 do corrente mês e o nosso questionamento só foi enviado após o dia 15, o que ocorreu que até o fechamento desta matéria não nos foi repassado resposta ao nosso questionamento.

PERGUNTA FEITA AO PRESIDENTE DO COMEP ( e não respondida):
No caso especifico narrado e sabedores ser do conhecimento do Conselho, um membro desse Conselho foi denunciado na polícia por sua esposa, existe B.O. aberto a respeito das denúncias de violência doméstica, sendo que ele foi afastado do lar devido a medida protetiva expedida em desfavor dele, medida essa, dada por um Juiz competente (indícios fortes da autoria da violência), o que, e quais medidas foram tomadas dentro do conselho a respeito?

CONSELHO DA MULHER DE PARACATU

Tentamos contato via e-mail com a presidente do conselho da mulher em Paracatu, onde enviamos perguntas sobre violência doméstica na cidade, sobre quais medidas o conselho toma ao ter conhecimento de tais fatos cometidos contra a mulher. e também quais a função desse orgão perante a sociedade Paracatuense.
Apesar de em conversa com a Presidente do Conselho e a mesma prometer que responderia, até o fechamento dessa matéria não obtivemos resposta.

SEGUNDO CASO ENVOLVE UM PAI QUE ASSEDIOU SEXUALMENTE SEU FILHO MENOR DE IDADE ( Denuncia feita pela esposa que também se diz ameaçada por ele )
a Mulher denuncia seu esposo por ele ter cometido atos libidinosos com o filho do casal de 4 anos.
Durante o mês de agosto, após desentendimento com seu esposo, a vítima denunciou a Polícia Militar que, em data anterior, o mesmo teria praticado atos libidinosos com seu filho de 4 anos. Como o autor não se encontrava no local, a polícia realizou rastreamento, não obtendo êxito, orientaram a vítima a procurar a delegacia.
A vítima nos narrou que procurou o conselho tutelar, onde foi ouvida, e também o Conselho Tutelar teve uma conversa com seu marido, que foi orientando a sair do lar, que então foi atendido, mas quando o autor foi buscar seus pertences pessoais, ele estava transtornado e teria dito a vítima que aquilo não ficaria assim e não daria em nada, que ela só tinha acabado com o nome dele na cidade.
Na última eleição, o autor foi candidato a vereador, não sendo eleito, o mesmo e também é praticante de jiu-jitsu, e já fez parte de vários projetos sociais, envolvendo menores carentes de nossa cidade.
Abaixo, entrevista com a vítima, que choca pelos fatos narrados.

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Fizemos contato direto com o autor, para ouvir sua versão dos fatos, porém o mesmo se recusou a entrevista, apenas afirmou “que tudo será esclarecido no seu devido tempo.”

Tentamos uma entrevista com o delegado Dr. Alisson, responsável pela delegacia da mulher em Paracatu, mas devido estar fora da cidade não foi possível realizar a entrevista.

Também conversamos com outros líderes evangélicos não ligados ao COMEP e ouvimos sua opinião em relação ao caso narrado aqui do Presbítero, mas todos não quiseram gravar entrevista com exceção do Presbítero Anderson Elias silva de Oliveira da Congregação Igreja Assembleia de Deus, que gravou entrevista a qual mostramos abaixo.

……………..áudio do Presbítero Anderson Elias silva de Oliveira……………………..

Outros religiosos disseram em off, que são totalmente contra as atitudes de violência domesticas, narradas pela esposa do presbítero.

Em off, a vítima, esposa do presbítero diz que, o líder da igreja é irmão do seu esposo, e suspeita que na igreja onde congregam, está sendo orquestrada uma campanha depreciativa da sua pessoa, pois até do grupo de pais da igreja ela foi retirada, após ter feito a denúncia, e muitas irmãs de igreja a bloquearam no seu WhatsApp.
Tentamos também conversar e tentar marcar uma entrevista com o Pastor Líder da congregação onde o Presbítero (autor) congrega e ao enviarmos um áudio pra ele pelo WhatsApp, solicitando um encontro para tratarmos da entrevista, o Pastor (irmão do autor) ouviu e nos bloqueou sem manifesta nada a respeito.
Em conversa com uma pessoa ligada ao COMEP, soube que corre notícia que a mesma, teria problemas e faz uso de remédios controlados, a vítima, negou ter feito ou fazer uso de qualquer remédio controlado.
Ficou explicito a nós, que ambos os autores têm como narrativa de defesa de que suas esposas mentem e que possuem problemas psiquiátricos. Também fica claro que nos dois casos os filhos também são vítimas dos próprios pais, um sendo ameaçado de ser morto por fogo, caso a mãe se separe do pai e a outra criança sofrendo abusos sexual pelo pai.
A parte criminal (violência doméstica) de ambos os casos acompanharemos e colocaremos a todos a par do andamento deles numa próxima matéria.

Por Ricardo Soares

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