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Em reunião no Planalto, militares discutiram protestos e “comunismo” no país

(crédito: Alan Santos)

Um dia antes de assinar uma nota com fortes críticas contra o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar (CPI) da Covid-19, os comandantes das Forças Armadas participaram de uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro. Sem alarde, o encontro foi realizado na terça-feira (06) e foi palco definitivo para definir o alinhamento político dos militares com o governo.

A pauta da reunião estava definida como um balanço dos 30 meses de governo. Mas foi bem além e tratou de protestos pelo país que miraram o presidente Jair Bolsonaro no fim de semana e os riscos do número de manifestantes nas ruas aumentar e pressionar o Congresso. A tendência é que a partir de agora as Forças Armadas não se furtem de se manifestar politicamente em prol do Executivo e de seus interesses.

Além de ministros como Braga Netto, da Defesa, André Mendonça, advogado-geral da União e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, estavam sob a mesa o comandante do Exército, general Paulo Sérgio, da Marinha, Almir Santos, e da Força Aérea, Carlos Baptista Júnior, além de integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Imagens reproduzidas na reunião criticaram os protestos e ressaltaram a presença de símbolos comunistas nos atos. O texto descrito pelo narrador fazia referência a uma suposta tentativa de instalar o comunismo no país, remetendo a alegações usadas para instaurar o golpe militar de 1964.

Um dos vídeos é de um militante bolsonarista que se infiltrou nas manifestações que ocorreram na Avenida Paulista. Se dizendo ex-militante da União da Juventude Socialista (UJS), o homem filmou os protestos, bandeiras de partidos e acusou os participantes de vestirem verde e amarelo e portarem a Bandeira do Brasil para descaracterizar símbolos usados em atos pró-Bolsonaro.

Em uma das fotos publicadas pelo Planalto em sua conta no Flicker,aplicativo de fotos, é possível ver trechos do vídeo sendo reproduzido no telão, enquanto os ministros olham fixamente para a imagem, e parecem preocupados com o que estão vendo. De acordo com fontes no governo, a reunião ministerial foi precedida de encontros menores e conversas particulares com o presidente.

matéria do Correio Brasiliense

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